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terça-feira, 24 de junho de 2008

Odeias o teu emprego??

Quando tiveres um daqueles dias, em k só te apece gritar: " Eu odeio o meu trabalho! ", experimenta o seguinte:
A caminho de casa, pára numa farmácia, e compra um termómetro rectal da marca "Johnson & Johnson". Assegura-te que é desta marca e não de uma outra qualquer. Ao chegares a casa fecha todas as portas, corre os cortinados e desliga o telemóvel, de forma a não seres incomodado durante a tua terapia. Muda para uma roupa confortável, por exemplo um fato de treino, e deita-te na cama. Abre a embalagem, retira o termómetro, e coloca-o cuidadosamente na mesa de cabeceira, evitando que o mesmo fique estalado ou partido. Retira o prospecto que vem com o termómetro, e lê-o. Verás então que, em letras pequenas, está escrito: "Os termómetros rectais fabricados pela Johnson & Johnson são todos testados pessoalmente". Agora fecha os olhos e repete, em voz alta, 5 vezes: "Estou muito feliz, porque não trabalho no controlo de qualidade da Johnson & Johnson".
Tem um bom dia e lembra-te, há sempre alguém com um emprego pior do que o teu! Lol

Os Lambe-Botas (ou outras partes menos expostas).

São um espécime execrável. Insidiosos, fazem-se notar pela predisposição em lamber o chão que vamos pisar de seguida. Nas suas mãos, ficamos nos píncaros, quase entidades divinas. Eles desmentem um dos predicados da revolução francesa – a igualdade –, pois os tratos de polé que dedicam às entidades cujo ego massajam mostram que a igualdade não passa de uma miragem, e bem distante. Estão em todo o lado. Há aqueles que nos tratam com indiferença se aparecemos sem gravata. Mas se no dia seguinte aparecemos de fatiota aprumada e gravata com estilo, logo muda o comportamento: a começar pela deferência de tratamento “Sr. Dr.” para isto, “Sr. Dr.” para aquilo), finalizando nas atenções que o título concita. Há os que cultivam a cadeia de poder e se desfazem em vénias defronte do chefe, passando o espanador pelos locais onde o chefe senta o rabo, na elegia da chefia. No universo dos lambe botas há três exemplos que me tocam pessoalmente. O primeiro é o dos restaurantes de primeira água, com uma estratégia de sedução do cliente bem estudada. Não tenho nada com os predicados de educação dos empregados de mesa. Entre um empregado de mesa com atenções excessivas e um empregado de mesa bronco, descuidado e desconhecedor da higiene, prefiro o primeiro. Mas há excessos que me irritam. O melhor exemplo é quando o repasto é servido e, passados uns minutos, o empregado de mesa (ou o chefe) se desloca até junto dos comensais e pergunta, delicadamente, se a refeição está a gosto. Sei que a irritação pessoal pode ser apenas uma manifestação do mau feito que por aqui abunda. Neste momento, podia estar a ser flagelado pela contra-argumentação: diriam os que compreendem as multiplicadas atenções, que o empregado de mesa apenas se preocupa com a qualidade do que foi servido ao cliente. Quer saber se o preço que vai pagar compensa os atributos dos pitéus servidos. Tenho uma interpretação alternativa: quando o chefe de mesa chega cheio de salamaleques e interroga se está tudo a contento, está à espera que o cliente diga que sim. Ao dizer que sim, o restaurante enche-se de brio: e conclui que arrebatou mais um cliente. No fundo, quando o chefe de mesa se acerca dos amesendados e pergunta se estão satisfeitos com o lauto manjar, esta é uma forma disfarçada de puxar a graxa aos clientes. Uma forma alternativa de ser lambe botas. Segundo exemplo: os alunos que se desdobram em elogios ao professor. Perturba-me: porque convivo mal com elogios (não é falsa modéstia, é apenas o incómodo que sinto quando os ouço, acometido pelo súbito desejo de me enfiar no buraco mais próximo); e reparo que há no rol de elogios a sensação de passar a escova pelo lombo do professor, uma tentativa para o domesticar, para conquistar a sua generosidade quando for chegado o momento crucial da avaliação. Àqueles espécimes que abusam na arte de lamber as botas, apetece-me perder a imparcialidade na avaliação. E penalizá-los, pesadamente, só para contrariar o indisfarçável dislate de quem ostenta a faceta de lambe botas, sem pudor pelos demais que o olham de soslaio. Último exemplo: em tempos exerci funções de chefia/ coordenação de uma das mais ingratas profissões do mundo. Geria os recursos humanos do grupo de trabalho – por exemplo, a distribuição das tarefas a executar pelos colaboradores. Alguns colegas não se coibiam de exercer pressão de forma “despudorada”. Alguns pediam-me para lhes atribuir a tarefa A ou a tarefa B. Um tinha a atitude típica do colaborador que lambia o chão por onde eu passava, se necessário fosse. Deixei de exercer aquelas funções. A criatura em causa deixou de me cumprimentar sequer. Do oitenta ao zero, num ápice. O paradigma de como se é lambe-botas de forma oportunista. Como, abandonadas as funções que me empossavam num poder que só os outros julgavam ser imenso, aquela criatura me passou a dedicar a mais profunda indiferença. Se há pior lambe-botas, é este. O lambe-botas que o é quando lhe convém e faz de conta que não conhece o anterior alvo quando ele perde o poder, logo, o interesse em mimar.